segunda-feira, 27 de junho de 2011

Jack de papel

Em meio a tanta tristeza no meu Tumblr e aqui, lá, vi esta foto há algumas semanas e fiquei fascinada. Sim, um papercraft do Jack Skellington *-*

Papercraft é uma técnica usada para fazer bonecos tridimensionais feitos de papel e cola. Eu já conhecia essa técnica há algum tempo, o primeiro e mais incrível que eu vi foi o Link (Zelda) que um cara fez em tamanho real, mas fiquei doida quando vi esse Jack e procurei logo para baixar.

Para montar um papercraft você vai precisar de uma boa impressora, papel, cola e tesoura sem ponta e, ah, claro, paciência dependendo do boneco. Vou colocar o link para baixar o do Jack, mas existem muito outros, é só procurar ^^

Download

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Restos de sentimentos...

Eu não estou bem
nem o meu humor negro pode me salvar
Por que eu deixo você me machucar?

Cabelos ao vento não podem me proteger do frio
fechar os olhos não faz o choro cessar
e qualquer música melódicamente triste me lembra você

Músicas supostamente deveriam me ajudar
Aparentemente tudo me lembra você
e eu odeio tudo por não poder te ver
Aquele solo de guitarra destruindo minha estrutura interna
e deixando as lágrimas transbordarem
destruindo qualquer esforço que eu faça pra não lembrar de ti

Você me quer para te curar
mas só faz me machucar
Eu só sirvo quando não tem mais ninguém

Medindo forças, sabendo que os dois estão perdendo
Você tinha razão, somos parecidos demais,
eu penso algo de você e você pensa o mesmo de mim.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Quando nada mais importa

Não existe mais ninguém, que realmente me conheça
Meu mundo se despedaçou
E se perdeu um final feliz
Por você eu não devo chorar
Eu sei, nós não somos imortais
Mas você tinha dito uma vez

Quando nada mais funcionar
Eu serei um anjo, só pra você
E para você aparecer em toda noite escura
E então vamos voar pra bem longe daqui
Nós nunca mais vamos nos perder

Até a primeira vez que você aparece pra mim
Eu vejo que você do céu
Chora por mim com as nuvens
Eu espero eternamente por ti
Mas não é tão eternamente assim
Então você disse uma vez

Quando nada mais importa
Devo ser um anjo, só para você
E você aparecer em toda noite escura
E então nós estamos muito longe daqui
Nunca mais vamos nos perder
Nunca mais nos perder

Quando nada mais importa!

Basta pensar em mim e você vê
O anjo que está voando perto de você
Basta pensar em mim e você vê
O anjo que está voando perto de você

Quando nada mais importa
Devo ser um anjo, só para você
E você aparecer em toda noite escura
E então nós estamos muito longe daqui
Nunca mais vamos nos perder

Quando nada mais
Quando nada mais importa
Quando nada mais
Quando nada mais importa
Wenn Nichts Mehr Geht. Tokio Hotel.

terça-feira, 14 de junho de 2011

A curiosidade matou o gato

Estava eu ontem indo estudar de madrugada para o teste, quando decidi tirar da mochila e guardar um livro na prateleira. Resolvi guardar dentro dele um papel com o rascunho do que será minha primeira tatuagem e meu coração mordido de papel cartão. Abri o pequeno livro numa página aleatória e por curiosidade li o texto que se iniciava naquela página, e agora percebo que tenho realmente alma de gato, porque a curiosidade me matou.

Arte e Fuga da Espera

– O que espera uma pessoa que espera?

Olho aquela ali na praia, na esquina, no aeroporto, no bar. Irrequieta. Espera o que? Seu pescoço volta e meia faz meia-volta como um farol que não ilumina nada. Tão-somente, circularmente espera. Viciosa e ansiosamente espera.

A pessoa que espera não aguarda apenas que o outro chegue. Fantasia que com o outro e a sua forma, com o outro, e a sua voz, chegará o que ela desde sempre espera. Esperar assim é esperar perdidamente.

Quem espera, mas está seguro que o outro vem, na verdade, não espera. Vive plenamente eu tempo fluindo com o rio, aguarda a confluência com o outro, certo de que hão de se misturar em águas, peixes, terras e emoções no mesmo orgasmo no mar.

A verdadeira espera é diferente. A pessoa que espera, mais que as outras, está exposta na vitrina de seus gestos. Esta voltada para fora, perdeu seu centro, precisa de uma visão que a complemente, está sofridamente frágil, está sem pele com a carne viva ao vento.

O tempo não passa. Ou pior, transpassa, por dentro, rasgando em aviltamento.

A pessoa que espera está coagulada no instante.

O que espera é estátua. Pulsante.

Esperar é tarefa pesada demais para os mortais.

E na espera, há um momento em que acontece algo surpreendente. Algo se erige no vazio. De tanto querer ver e encontrar, de tanto querer ouvir e tocar, começa-se a vislumbrar o outro no corpos alheios. De repente, começa-se a alucinar. Uma nuca, um certo modo de prender ou soltar os cabelos é presença no ausente. O que espera, desesperadamente tira de dentro de si mesmo o outro falante como um ectoplasma. Há qualquer coisa de espelho, espelho vazio, vazio nessa espera angustiante.

O esperador costumaz sabe seu ritual. Já abatido, exaurido, primeiro segrega algumas desculpas pelo outro: certamente aconteceu algo imprevisto, atrasou-se um pouco, é natural. E vai se dando tempo, inventando razões, criando etapas, prazos novos, falsos limites: – espera só mais um pouco, não é possível, ele vai ver quando chegar. Súbito passa a agredir o outro imaginariamente, se eriça todo, começa a depreciá-lo, mas é a si mesmo que agride, é para dentro que sangra. E se o outro chegasse, pobre do que espera! num átimo e recomporia todo e iria lamber seus pés.

(...)

Há pessoas que esperarão a vida inteira. Há pessoas que farão os outros esperarem a vida inteira. Na verdade, existe um secreto pacto entre o que se faz esperar e o que espera, como há entre o rejeitador e o rejeitado, entre o sádico e o masoquista. É um jogo de cão e gato. E quando o rejeitador fareja no ar a sua vítima, começa o ritual. O esperador vocacional, por sua vez, cai direitinho na armadilha. Conhece as etapas dos jogo e mal encontra o outro, vai logo tomando o caminho das esquinas, se postando diante das portas e janelas, rondando os bares e aeroportos. O rejeitado olha mais do que qualquer outro para o telefone. Não apena olha, ouve sua chamada nenhuma.

Quem espera é um fio tenso, que a qualquer hora vai se partir. Entre o seu corpo e o mundo há um vácuo triste e denso. Há qualquer coisa do condenado com a cabeça exposta no patíbulo, cuja guilhotina, no entanto não vem.

E se nos aproximarmos do lugar onde por uma eternidade esteve aquele que esperou, veremos não apenas marcas sobre chão, papeis e tocos de cigarro. Ali estão outros destroço. Pedaços, fragmentos de um corpo, restos de sentimentos deixados por aquele que inutilmente esperou. Ali perdeu-se algo. Ali a vida de alguém coagulou.

Sant'Anna, Affonso Romano de. Que presente te dar.

Rio de Janeiro: Expresão e Cultura, 2002

O mais importante de ser lido está em itálico. Foi por isso que eu passei, exatamente isso eu senti e pensei. Não conseguia desabafar, não havia ninguém para ouvir, não conseguia me expressar tão bem em textos... Resolvi dar fim à história antes que a história desse um fim a mim. Mas não consigo esquecê-lo, não consigo enterrá-lo e a cada dia surgem mais coisas me lembrando dele e de nós, como este texto desse livro. Ele nunca irá embora enquanto existirem restos de sentimentos...