segunda-feira, 18 de julho de 2011

Harry Potter

Pois é, acabou. Mas eu não estou triste, na verdade, fiquei muito feliz. Chorei sim, mas estava feliz.
Há dez anos eu ouvi falar de um filme sobre um menino bruxo, podem me xingar, eu nunca tive o costume de ler, comecei mesmo pelos filmes. Seis meses depois minha mãe comprou o DVD deste filme no aniversário do meu irmão, gostei muito da capa, parecia um livro. Fiquei fascinada ao assistir, era mágico (dãh)! Mas naquela época não sabia quão grande era essa história, na verdade. Mais seis meses depois, estávamos assistindo A Câmara Secreta no cinema. Lembro de três coisa daquele dia: o filme era legendado, a Murta dizendo "bigs yellow eyes" e uma menina na fileira de trás contando o filme todo.
Não me lembro exatamente quando eu me tornei fanática pela série, só lembro que foi antes de novembro de 2004, quando eu comprei e assisti ao DVD de O Prisioneiro de Azkaban e este se tornou o meu filme favorito da série, dizem que é o mais sombrio, e ironicamente foi o único filme cujo livro eu não li até hoje.
Em 2005 mudei de escola e fiz novos amigos, dois deles tão fanático por HP quanto eu, talvez até mais. Fizemos muitas coisas juntos, inclusive assistir O Cálice de Fogo no cinema e outros filmes (fiquei chateada com a morte do Cedrico, mesmo ele só tendo aparecido direito nesse filme). Foi a época em que eu passei a sair com os amigos.
Em 2006 resolvi ler os livros, porque era realmente uma vergonha não ter lido nenhum até então. Eu não tinha nenhum, meus amigos não tinham os primeiros e os livros da escola estavam caindo aos pedaços, minha tia tinha alguns, mas eu sempre tive vergonha de pedir coisas para os meus tios, ou seja, comecei a ler no computador. Eu odiava (e ainda odeio) ler no computador, era cansativo demais, eu enrolei tanto o primeiro livro que demorei quase um ano lendo (horrível, né, eu sei). Eu finalmente terminei de ler A Pedra Filosofal em janeiro de 2007 e em abril eu peguei o segundo na biblioteca da escola. J.K. Rowling choraria (ou não) ao ver o estado daquele livro. Terminei em tempo record para quem havia levado um ano para ler o anterior, que era menor.
A escola não tinha O Prisioneiro de Azkaban, na verdade tinha, mas pelo estado que estava a professora disse para eu esperar a escola comprar outro. Meu amigo só tinha do quarto livro em diante e eu, muito apressada, resolvi pular o terceiro e ler depois. Li O Cálice de Fogo mais relaxada, afinal o livro era enorme e eu não precisaria entregá-lo em duas semanas. Percebi que havia um monte de coisas do livro que eram diferentes do filme e comecei a discutir isso com o meu irmão, que é outro fã de Harry Potter.
Terminei um mês antes da estréia de A Ordem da Fênix, mas não pude ler o quinto livro antes de ver o filme, pois meus amigo estava relendo. Esse foi o último filme que eu assisti sem saber nada antecipadamente. Lembro que comprei os ingressos antecipadamente só para ganhar o poster do filme (foi quando começou a minha tara por posters de filmes e infelizmente a locadora que me forneceu dois poster da minha coleção fechou).
Pouco tempo depois de ver o filme, li o livro. Era um livro grande, maior do que o quarto, mas terminei em mais ou menos um mês. Sempre que tinha alguma coisa que eu não entendia, eu tirava dúvidas com meu irmão. Em outubro terminei de ler O Enigma do Príncipe, esse até então foi o meu livro favorito, contava toda a história do Voldemort e fiquei triste com a morte daquele personagem, mesmo já sabendo que ele morreria. Depois teve a Bienal do Livro e esses meus dois amigos foram e um deles, Lucas, comprou As Relíquias da Morte e eu entrei na fila para pegar o livro emprestado com ele.
2007 foi o ano em que eu me viciei em ler livros e foi um ano de muitas festas. Festas organizadas por nós, festas de 15 anos das meninas da turma do meu irmão, cine's pipoca, foram os meus 13 anos, foi quando eu completei 14 e chorei pela primeira vez com um presente, foi o melhor ano da minha vida.
Já 2008 foi bem diferente, mais estudos, menos livros, mais estresse, menos diversão. Mudanças que eu não gostei muito, na verdade desde esse ano muitas coisas mudaram e eu não gostei muito. Foi um ano sombrio, foi quando comecei a questionar a morte e o fim das coisas, das pessoas, foi quando eu li o último livro. Tive aquele medo de saber se o Harry morreria ou não no final, mas eu não conseguia parar de ler até saber toda a história, é por isso que eu digo que sou mais curiosa do que medrosa. Apesar de ser o último livro, para mim ainda não era o fim. Para mim só acabaria quando eu assistisse ao último filme. Foi nesse ano também que li Crepúsculo (sim, eu gosto), mas isso é história para outro dia.
2009 foi muito pior, tive de me afastar de tudo, mas isso também é história para outro dia. Resumindo, por eu estar afastada de tudo e todos, fui assistir O Enigma do Príncipe só com a minha melhor amiga e ela nem é fã da série, mas foi bom.
2010 foi um reinício e eu percebi que o bom e o ruim são pontos de vista. Me reaproximei das pessoas e tentei combinar com meus amigos para assistir a primeira parte de As Relíquias da Morte, mas não rolou, eram muitos planos para um mês. Acabei assistindo com a minha família no dia do meu aniversário e foi bem legal.
2011 não tem tantas coisas para contar, eu não fiquei esses seis meses tão ansiosa pelo filme. Vi tantas imagens, os trailers, me arrepiei com eles, mas não perdi a cabeça. Assisti a primeira parte faltando uma semana para a estréia e, poucos dias antes, eu voltei a pensar no fim, mas não do mesmo jeito como eu pensava antes. Assim como quando li o livro, eu não queria que acabasse mas queria saber como fizeram queria ver.
Depois que estreou, vi muitas pessoas falando que choraram, se perguntando “o que será agora?”, eu achava que não iria chorar. Eu não encarava esse fim como uma morte, todos nós já sabíamos que acabaria, não era nada súbito. Tem muita gente apostando no PotterMore, mas para mim não terá nada além do que já sabemos, mas vamos ver o que vai ser.
Finalmente chega o dia 16 de julho. Só no caminho caiu a ficha de que eu iria assistir ao último filme com os meus amigos, fiquei muito ansiosa. Encontrei uma moeda e pensei “talvez hoje seja um dia de sorte”.
Conversamos antes do filme começar, pegamos os posters, fizemos planos de gritar em certas cenas, já sabíamos a história, mas o meu amigo que me emprestou os livros, Marlon, disse “é o último”. Eu senti tristeza na voz dele.
A cada cena era um reação diferente, o cinema inteiro riu, o cinema inteiro bateu palmas, houveram cenas fortes também, aí eu entendi a classificação etária. Muitos peronagens morreram, todo mundo sabe disso, mas vê-los mortos foi o mesmo que ver alguém que você conheceu mesmo morto, afinal, nós os vimos em outros filmes vivos, felizes, e as lembranças do Snape também. E no final eu chorei. “Acabou da forma mais perfeita possível” disse o meu irmão. Aquela cena da estação de trem, o Harry abraçando o filho dele, eles se despedindo dos filhos e observando o trem partir para Hogwarts, foi lindo demais, foi a cena mais linda que eu vi na minha vida.
Saí do cinema com os olhos molhados, segurando a mão do Lucas, ouvindo o Marlon dizer ainda num tom triste “acabou gente”, quase perdi meu poster quando fui ao banheiro. Mas eu chorava de alegria, não sabia porque mas era alegria. Eu disse “foi o dia mais feliz da minha vida” e o Maicon respondeu “isso vai ser quando o seu filho nascer” (rs).
Só no domingo quando fui dormir que consegui pensar em tudo, conversei com o meu irmão e nessa conversa percebi que não havia como ser melhor e percebi o porque da minha alegria. Foi tão gratificante acompanhar uma história há quase dez anos e vê-la acabar de uma forma tão perfeita. É como se eu fizesse parte disso, mas na verdade isso faz parte de mim.
Durante esses nove anos que eu conheço essa história eu tive atitudes de fã e de fanática: assisti aos filmes, li os livros, comprei DVDs, tive uma paixonite pelo ator principal (haha), montei uma pasta especialmente com reportagens da série (e de outros atores e bandas também, mas isso não vem ao caso), colecionei posters... Mas uma coisa que Harry Potter me ensinou nessa última parte é que depois do fim vem o começo :)

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